Além de um fator de risco, obesidade pode estar relacionada a um pior prognóstico da doença
Pessoas com sobrepeso e obesas podem desenvolver tipos de câncer mais agressivos do que pessoas com menos gordura corporal. Para a médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN, Prof. Dra. Eline de Almeida Soriano, “a obesidade é tanto um fator de risco para o câncer, como de um prognóstico pior. Ela está associada a uma maior incidência da doença, reincidência, progressão e até morte”. A especialista explica que existe a forte influência hereditária, mas confirma que o aumento da circunferência abdominal e o excesso de peso estão ligados ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.
“Existem vários mecanismos celulares que relacionam a obesidade ao câncer. O tecido adiposo pode comportar-se como um órgão endócrino que produz hormônios, fatores de crescimento, citocinas – grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes – que podem perturbar a regulação do crescimento celular, induzindo o aumento de células atípicas, malignas”, esclarece.
Os pacientes obesos também enfrentam obstáculos no tratamento da doença, pois a dose de quimioterapia, por exemplo, é calculada pela área corporal total, o que não leva em conta a composição do corpo (porcentagem de gordura). Isso conduz frequentemente a doses subótimas de quimioterapia. Para a Dra. Eline, “existem evidências de um crescimento mais acelerado do tumor e de uma maior resistência ao tratamento em pacientes com obesidade, com menor efetividade e aumento da mortalidade relacionada ao câncer”.
No caso da dieta, muitos fatores estão envolvidos na carcinogênese – assim como acontece com o tabaco, a ocupação profissional, o álcool ou a poluição – e os aditivos alimentares, alimentos processados, carne vermelha e gordura animal estão relacionados, principalmente, ao câncer de mama e colorretal. A dieta deve ser orientada e fracionada em seis refeições. É importante que seja rica em fibras, frutas, verduras, peixes e fontes de cálcio, como o leite e queijo. Uma alimentação saudável e balanceada também ajudará na prevenção e melhor condução das complicações induzidas pelo tratamento.
Sobre a ABRAN
A ABRAN é uma entidade médica científica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Fundada em 1973, dedica-se ao estudo de nutrientes dos alimentos, decisivos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da maior parte das doenças que afetam o ser humano, a maior parte de origem nutricional. Reúne mais de 3.800 médicos nutrólogos associados, que atuam no desenvolvimento e atualização científica em prol do bem estar nutricional, físico, social e mental da população. Visite-nos: www.abran.org.br e curta a ABRAN no Facebook: www.facebook.com/nutrologos
Jornal Dia Dia – 01/12/2016
Fonte: Barcelona Soluções Corporativas